E.E. JORNALISTA RUY MESQUITA
ATIVIDADE DE HISTÓRIA – PROFA.
PATRICIA
SEGUNDA QUINZENA - AGOSTO/2020
NOME: _____________________________ N°_____
8°____ DATA:______
Assista os vídeos, leia o texto abaixo e o mapa e responda as perguntas
subsequentes:
INDÍGENAS
BRASILEIROS
A cultura indígena
brasileira é vasta e diversificada, ao
contrário do que pensa o senso comum. Os historiadores estimam que, no início
do século XVI, havia quatro
agrupamentos linguísticos principais: tupi-guarani, jê, caribe e aruaque. Essas famílias
linguísticas compartilhavam o mesmo idioma e culturas semelhantes.
Antes da colonização, os índios que
habitavam o território (hoje denominado Brasil) tinham uma
cultura similar em alguns pontos, tais eram: organização social baseada
no coletivismo; ausência de política, Estado e
governo; ausência de moeda e
de trocas mercantis; religiões
politeístas baseadas em elementos da natureza; e ausência da escrita.
A visão europeia sobre os povos indígenas foi,
desde a colonização, etnocêntrica, a qual
considera o modo de vida indígena inferior por não conter elementos
considerados, pelos europeus, símbolos
de civilização e progresso. No entanto, a antropologia e a sociologia contemporâneas
já desmistificaram essas análises preconceituosas, estabelecendo que as
diferenças culturais entre os povos não são motivos para estabelecer-se
uma hierarquia cultural.
Como
era a cultura indígena
Os povos indígenas, apesar de terem pertencido a
vários grupos diferentes com pontuais diferenças de comportamento e cultura,
tinham elementos comuns que consolidavam uma cultura indígena
como um todo. Eles tinham religião, hábitos, costumes e comportamentos similares, a divisão do
trabalho também era parecida entre todos os povos, e o modo de vida deles era
baseado na caça, na pesca e na coleta, acrescida
da agricultura de algumas plantas, como a mandioca.
A religião indígena,
baseada em conjuntos de mitos sobre
seres espirituais, era variada, entretanto era comum a crença em entidades espirituais que
habitavam o mundo material. Também se acreditava em potências espirituais
encarnadas por animais e na existência de pessoas que poderiam estabelecer
contato com o mundo espiritual (pajés),
sendo homem ou mulher.
Tupã era o ser sobrenatural
supremo que controlava a natureza e,
como é comum nas religiões a identificação dos seus deuses com os seus povos,
era representado pela figura de um índio
poderoso. Além desse deus, existia a figura mística do Abaçaí, que, para alguns povos,
tratava-se um espírito maléfico que
perturbava a vida dos índios.
Os povos Tupinambá desenvolveram mitos de criação do mundo e
acreditavam em sua possível destruição
futura, por meio de dilúvios que
matariam todos. Eles também acreditavam em entidades como Maire-Monan, que teria ensinado a
agricultura à humanidade para que esta pudesse alimentar-se melhor.
Os pajés, que são as pessoas que podem entrar em
contato com as entidades espirituais, utilizam a sabedoria aprendida com os espíritos para aconselhar as
pessoas e fazer rituais de cura.
Os rituais, chamados pajelanças,
poderiam ser feitos em festividades, como forma de agradecimento e de pedido, e
para efetuar curas medicinais.
Eles envolviam, em alguns casos, música e dança. Era comum o pajé utilizar-se
da inalação de grandes quantidades de fumaça de tabaco para que, em transe narcótico, pudesse fazer
contato com os espíritos.
Os índios utilizam adornos corporais e pinturas com materiais extraídos da
natureza, como a tintura de urucum,
os colares de peças naturais, e os botoques e adornos feitos com base na arte plumária (que utiliza plumas
e penas de aves). Há uma importante simbologia por trás dos adornos e das pinturas corporais, que
podem identificar o sexo, a idade,
a aldeia e a posição social do índio, estabelecendo uma espécie
de identidade cultural dos
povos indígenas.
Também é comum a produção de artesanatos para ornamento,
de utensílios, como cestas de palha e cuias, e, nas tribos antigas, de arcos, flechas e lanças utilizadas
para a caça e para a guerra.
Características
da cultura indígena
Se considerarmos apenas as culturas desenvolvidas
por povos indígenas brasileiros, já temos uma grande gama cultural. É
característica comum das várias etnias indígenas brasileiras a valorização e o contato com a natureza,
sendo que o modo de vida tribal, antes da ocupação violenta do homem branco no
território brasileiro, permitia a caça, a coleta e a agricultura familiar como
modos de subsistência dos povos indígenas.
As religiões
animistas (aquelas que colocam como seres sobrenaturais e divinos
elementos da natureza, como o Sol, a Lua e as florestas) compunham o imaginário
religiosos dos povos indígenas. Antes da chegada dos portugueses, a maioria das
tribos indígenas era guerreira, e essas disputavam os territórios entre si quando uma tribo migrava
de um lugar para outro já habitado.
Outra característica comum das diversas tribos
indígenas era a fabricação de
utensílios religiosos e de decoração com base em argila, madeira, bambu e penas de aves,
além da confecção de pinturas
corporais utilizadas em processos de caça e de guerra ou em
festivais religiosos.
Costumes
indígenas
As sociedades indígenas prezam muito por duas
coisas: respeito e ligação com a
natureza e respeito à
sabedoria dos anciãos. É ainda comum nas tribos indígenas o pensamento
de uma vivência sustentável —
retirando da natureza somente aquilo que é necessário para a manutenção da vida.
As pessoas mais velhas são consideradas mais sábias, o que garante a elas certa
autoridade dentro da tribo.
Os povos falantes do tupi estabeleciam uma divisão
do trabalho baseada no gênero e
na idade. Idosos e crianças
não trabalhavam, exceto espantando pássaros e outros animais das plantações. As
meninas adolescentes ajudavam no cuidado das crianças mais novas. Homens adultos fabricavam utensílios de caça, pesca e guerra,
também fabricavam canoas, guerreavam, caçavam e preparavam a terra para o cultivo.
Já as mulheres adultas
eram as responsáveis pelas atividades
agrícolas, pela coleta, pela fabricação de utensílios domésticos, pela preparação de alimentos e pelo cuidado das crianças.
Os índios, antes da colonização, viviam de maneira autônoma, sem a presença de elementos políticos e governamentais e
de Estado. A gestão era coletivista, baseada na cooperação entre os membros de uma mesma tribo e em alianças e guerras entre tribos
diferentes.
Alimentação
indígena
A alimentação indígena costumava ser baseada no
consumo de frutas, legumes, verduras, raízes, caules, peixes e carnes
de caça. Frutos como o caju e o açaí eram
comuns na alimentação de povos de algumas localidades, como o Norte e
o Nordeste brasileiros. Os índios do Norte também consumiam
muito o guaraná como fonte de energia para as atividades diárias
e para a guerra. A mandioca era a principal fonte de carboidrato deles,
por isso era amplamente cultivada. A tapioca e a farinha de mandioca eram
maneiras de estocar a mandioca para a utilização posterior.
Hoje em dia, apesar de manterem muitos hábitos
alimentares, os indígenas que permaneceram tiveram que se adaptar aos hábitos alimentares
da sociedade brasileira
contemporânea. A caça, a pesca e a coleta, que eram possíveis quando as
florestas eram preservadas, já não são mais suficientes para alimentar a
pequena população indígena, devido ao desmatamento.
A introdução
forçada dos indígenas no
modo de vida urbano e rural (desenvolvido pelos brasileiros
pós-colonização) modificou drasticamente a vida indígena dentro e fora das
aldeias, entre 1500 e os dias atuais.
Dança
indígena
A dança e a música tiveram e ainda têm um papel religioso dentro da cultura
indígena. Geralmente a dança é realizada em rituais e festividades religiosos entoados em agradecimento ou como forma de pedidos às
divindades.
Podendo ser realizada individualmente ou em grupo, geralmente a dança indígena
possui uma execução de passos que requer a formação de duplas ao menos em algum
momento dela. Geralmente, as danças são realizadas por pessoas com o corpo
pintado, pois a pintura corporal também
é um elemento da simbologia religiosa indígena.
Algumas danças de rituais xamânicos (liderados pelos xamãs, pessoas capazes de
fazer uma ponte entre o mundano e o sagrado, como os pajés) entoadas por índios
de tribos amazônicas utilizam também máscaras.
Podemos destacar como principais danças indígenas as listadas a seguir:
·
Acyigua:
feita pelo pajé e pelo melhor caçador da tribo para resgatar a alma de um
guerreiro indígena morto. Ela advém da tradição indígena Guarani.
·
Atiaru:
praticada por homens e mulheres da tribo, ela objetiva afastar os maus
espíritos do local.
·
Toré:
entoada por várias tribos e com diferentes variações. Geralmente é feita em
círculos por todos da tribo, ao ar livre, com passos definidos pela batida de
um chocalho feito de cabaça e pedras.
·
Kuarup:
dança típica de povos do alto Xingu, o kuarup, que é dançado por todos os
membros da tribo, visa fazer uma homenagem aos membros que já morreram.
Influências
da cultura indígena no Brasil
Historiadores apontam que, em 1500, existiam cerca de quatro milhões de indígenas
habitando as terras brasileiras. Hoje,
a Funai estima que um milhão de
indígenas vive no país, espalhados em 250 etnias, que, em suas aldeias, ocupam cerca de 13%
do território |1|.
Essa pequena parcela ocupada somente se mantém devido à demarcação de terras indígenas.
Apesar do genocídio praticado contra os índios desde 1500 (em especial no
período das bandeiras, durante a Ditadura Militar e em conflitos de terras atuais em
estados, como Mato Grosso, Amazonas e Pará) e da desvalorização dos povos indígenas, o nosso país herdou
inúmeros elementos da cultura indígena.
O Brasil é um país extremamente miscigenado e
pluricultural. Além da influência de povos africanos, orientais e
europeus, os povos indígenas deixaram elementos importantes para a nossa
cultura, sobretudo em relação aos hábitos alimentares. A culinária nortista,
por exemplo, é rica em elementos da cultura indígena, como a maniçoba e a utilização do tucupi em pratos típicos. Frutos
como o caju e a acerola eram consumidos pelos indígenas, e os seus respectivos
nomes tiveram origem nas línguas tupi. O açaí, o guaraná e a tapioca, que consumimos amplamente nos dia de hoje e
são, inclusive, explorados pela indústria alimentícia, são oriundos dos hábitos
alimentares indígenas.
.
1. 1. Quem
eram os povos pré-colombianos? Por que são chamados assim? É o mesmo que
indígenas?
2. 2. Será
que tinham todos a mesma cultura (isto é, formas de pensar e de viver)? Por
quê?
3. 3. Como
esses povos se relacionavam com o ambiente ao redor deles, ou seja, com os
elementos da natureza? É parecido ou diferente de como nós nos relacionamos
hoje com o nosso ambiente? Por quê?
4. 4. O
texto fala que um ponto em comum era a organização social baseada no
coletivismo – o que significa isso?
5. 5. O
texto também fala de uma forma de religião politeísta e baseada nos elementos
da natureza – o que significa isso?
Agora observe as imagens abaixo e
responda as perguntas subsequentes:
6. 6. Descreva
a fotografia, que se refere a grupos indígenas na atualidade: quantas pessoas
aparecem? Como estão vestidas? O que estão fazendo? Por que estariam tendo
essas ações?
7. 7. Descreva o mapa: qual o assunto
dele? Que dados mostra? Que comparação ele faz?
8. 8. Podemos
dizer que os indígenas deixaram de existir no Brasil atual? Por quê?
9. 9. Podemos
dizer que a pessoa da foto não é um indígena de verdade? Por quê?
1 10. Você conhece o teve contato com
pessoas indígenas? Há parentes seus (vivos ou não) que são ou tiveram contato
com indígenas? Conte suas experiências.
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