ATIVIDADE SEMANAL – TERCEIRO BIMESTRE GEOGRAFIA
PROFESSORES: Marcelo Batista TURMAS:
7ºA,B,C,D,E e F
TEMA:
Povos indígenas e comunidades quilombolas no
Brasil
Tempo
estimado: 4 aulas de 45 min.
Desenvolvimento: Após ler e
interpretar o texto abaixo responder
o questionário
Quilombolas são os descendentes e remanescentes
de comunidades formadas por escravizados fugitivos (os quilombos), entre o
século XVI e o ano de 1888 (quando houve a abolição
da escravatura), no Brasil. Atualmente as comunidades quilombolas estão
presentes em todo o território brasileiro, e nelas se encontra uma rica
cultura, baseada na ancestralidade negra, indígena e branca. No entanto, os
quilombolas sofrem com a dificuldade no acesso à saúde e à educação.
Quem
são os quilombolas?
A palavra quilombo
origina-se do termo kilombo, presente no idioma dos povos Bantu,
originários de Angola, e significa local de pouso ou acampamento. Os povos da
África Ocidental eram, antes da chegada dos colonizadores europeus,
essencialmente nômades, e os locais de acampamento eram utilizados para repouso
em longas viagens. No Brasil
Colonial, a palavra foi adaptada para designar o local de refúgio dos
escravos fugitivos. Quilombola é a pessoa que habita o quilombo.
Os povos
quilombolas não se agrupam em uma região específica ou vieram de um lugar
específico. A origem em comum dos remanescentes de quilombos é a
ancestralidade africana de negros escravizados que fugiram da
crueldade da escravidão e refugiaram-se nas matas. Com o passar do tempo,
vários desses fugitivos aglomeravam-se em determinados locais, formando tribos.
Mais adiante, brancos, índios e mestiços também passaram a habitar os
quilombos, somando, porém, menor número da população.
Ao longo da história brasileira,
vários quilombos foram registrados, alguns com grande número de habitantes. O Quilombo
dos Palmares, por exemplo, que na verdade era formado por um
conjunto de 10 quilombos próximos, chegou a ter uma população estimada em 20
mil habitantes no século XVII.
Ainda hoje
existem comunidades quilombolas que
resistem à urbanização
e tentam manter seu modo de vida simples e em contanto com a natureza, vivendo,
porém, muitas vezes em condições precárias devido à falta de recursos naturais
e à difícil integração à vida urbana e não tribal.
Há uma
dificuldade, por exemplo, de acesso à saúde e à educação. Devido a isso, desde
o início dos anos 2000, há uma tentativa governamental de demarcar as
terras quilombolas para que elas não sejam tomadas por fazendeiros,
madeireiros e grileiros e para que haja maior garantia de sobrevivência das
comunidades que vivem nelas.
A extinta
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir),
criada em 2003 e extinta em 2015, acompanhava e rastreava as comunidades
quilombolas. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra),
pelo Decreto n. 4.887 de 2003, é o órgão federal responsável pela demarcação e
titulação das terras quilombolas no país.
Além dessas
entidades, a Fundação Cultural Palmares, um órgão público vinculado ao extinto
Ministério da Cultura (incorporado ao Ministério da Cidadania), é responsável
pela manutenção e preservação do patrimônio cultural quilombola.
Quilombolas
e indígenas
Há uma proximidade
cultural geral entre populações quilombolas e populações indígenas.
Os dois grupos vivem de maneira simples e integrados à natureza, tirando a
maior parte de seu sustento da terra. No entanto, com o avanço da urbanização,
do agronegócio
e do extrativismo não sustentável, o modo de vida dessas comunidades e a sua
preservação correm perigo.
Escolas das comunidades quilombolas
Segundo a Fundação
Cultural Palmares, existem 1209 comunidades quilombolas registradas no Brasil e
143 áreas quilombolas com terras tituladas|1|. No entanto, a
educação oferecida a essas comunidades ainda é extremamente precária.
As instalações
educacionais são inadequadas, as condições sanitárias são inapropriadas para o
seu funcionamento, não há água potável ou energia elétrica em muitas delas,
além de encontrarem-se longe das residências de muitos estudantes. Também há um
deficit de professores, sendo que os poucos profissionais não têm formação
adequada e muitas salas de aula são multisseriadas (têm estudantes de várias
séries por conta do baixo número de professores).
Ações de formação
continuada para professores vêm sendo tomadas desde 2007, além da destinação de
verbas para a educação básica que contemple a realidade quilombola. No entanto,
apesar dos esforços de alguns governos em melhorar a educação oferecida às
comunidades quilombolas, há ainda muito o que se fazer para que as condições
dessa educação fiquem ao menos mais próximas do ideal.
Tradição
das comunidades quilombolas
É difícil
apontar uma tradição quilombola única, visto que os quilombos formaram-se e organizaram-se das mais diversas
maneiras. Em primeiro lugar, não foram apenas descendentes de africanos que
povoaram os quilombos. Além de povos negros (que são predominantes hoje na
composição étnica das áreas de quilombos), existe uma significativa presença de
descendentes de indígenas e europeus.
As organizações
formadas por quilombos também foram as mais diversas. Houve nelas uma
predominância do modo de vida tribal, mas muitos quilombos desenvolveram
sistemas de comércio e alguns até estabeleceram sistemas políticos internos,
como reinados e repúblicas.
É o caso do Quilombo
de Mola, liderado, por um tempo, pela líder resistente Felipa Maria
Aranha. Esse quilombo, situado onde hoje é o sul do estado de Tocantins,
organizou-se temporariamente como uma verdadeira república, tendo um código
civil, um exército e um sistema de voto democrático.
Apesar da diversidade
de origens culturais, alguns traços gerais da cultura
africana estão presentes nos quilombos, além do sincretismo religioso das
religiões afro-brasileiras, que misturam o tradicional culto aos orixás com o
catolicismo, e a culinária, com vários elementos indígenas. Os quilombolas em
geral gostam muito de música, canto, dança e festas tradicionais.
O município
paraense de Oriximiná, por exemplo, fica em uma região que abriga
vários quilombos. Por lá, há uma imensa diversidade cultural. No dia 6 de
janeiro, há a tradicional Aiuê a São Benedito, uma festa em celebração ao
padroeiro da comunidade Jauari, São Benedito. Nessa comunidade é comum a
prática do futebol como esporte favorito dos homens e das mulheres. As danças
vão desde ritmos africanos, como o lundum e a mazurca, até um tradicional ritmo
europeu, a valsa. A chamada música “brega”, bastante ouvida no Pará, também é
favorita no município de Oriximiná.
O município
de São Bento do Sapucaí, a 185 quilômetros da cidade de São Paulo, na
Serra da Mantiqueira, também abriga uma comunidade quilombola. O artesanato
produzido lá é referência em arte quilombola e mantém viva a tradição cultural
dos povos ancestrais do quilombo daquela região. Utilizando palha de bananeira,
milho e outros elementos naturais, os artesãos produzem suas peças para a
comercialização no complexo turístico da cidade.
Essa comunidade
também celebra, há mais de 50 anos, a tradicional Festa do Quilombo,
mantida viva por Luzia Maria da Cruz, de 86 anos de idade (mais conhecida por
lá como Dona Luzia, a matriarca). A festa é celebrada no dia 13 de maio, data
em que foi sancionada a abolição da escravatura no Brasil.
As comidas
típicas dos quilombos são mais determinadas pela região onde eles estão do que por uma unidade étnica. Nos
quilombos baianos, por exemplo, o acarajé é uma iguaria típica. No nordeste em
geral, come-se muito cuscuz, não sendo diferente nessas comunidades. A tapioca
e a garapa (o tradicional caldo de cana) também são apreciados em vários
quilombos pelo país.
Já quanto à
religião cultuada nas regiões quilombolas, não há uma específica. Os
quilombos têm várias matrizes religiosas, sendo predominante o
candomblé, o catolicismo e o protestantismo. Neles o sincretismo
entre elementos católicos e candomblecistas também é muito presente.
Estados
brasileiros onde se encontra o maior número de quilombos
Com exceção do
Acre, Roraima e Distrito Federal, todos os estados brasileiros possuem
quilombos. Apesar do Distrito Federal não possuí-los, nas regiões do entorno
distrital pertencentes a Goiás eles estão presentes. Os estados brasileiros com
o maior número de comunidades remanescentes de quilombos são Bahia,
que possui 229 quilombos cadastrados; Maranhão, com 112; Minas
Gerais, com 89; e Pará, com 81 comunidades
quilombolas cadastradas|2|.
Criança
quilombola do Quilombo de Trigueiros, Pernambuco.
As comunidades quilombolas do Nordeste
representam a maioria da concentração quilombola por região e mantêm uma forte
tradição devido à existência de quilombos que marcaram a história, como o
Quilombo de Palmares. Na Bahia, existem comunidades quilombolas que sofreram
com a violência de grileiros e fazendeiros, mas hoje têm proteção do Incra e de
projetos de restauração da sua cultura. Bom Jesus da Lapa é um município
que concentra muitas
Questionário
1 - Conformem o
texto qual região brasileira
concentra a maior parte
dos quilombo no
Brasil?
2 - Quais estados
brasileiros não possuem
quilombos?
3 - Quais são os
três estados brasileiro com mais
quilombos ?
4- Quais religiões são praticadas no quilombo?
5- Qual quilombo
se organizou como uma república?
6- Qual a qualidade dada educação oferecida na comunidades quilombolas?
7 - Como se da a proximidade entre a comunidade
quilombola e indígena ?
8 - Quem são os quilombolas?
9 - De onde se origina a palavra quilombo e o que significa ?
10- Atualmente quaiss pessoas vivem em quilombos?
Enviar foto da lição realizada no e-mailː marcelocostabatista@prof.educacao.sp.gov.br
Fonte; https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/quilombolas.htm